domingo, 26 de julho de 2009

SulAmérica quer crescer 350 mil vidas com odontologia

Costumo dizer que a odontologia “aconteceu” na minha carreira profissional, quando abdiquei de uma “boa”, com permissão pela associação, posição na Antarctica, hoje AMBEV, para assumir um cargo de gerente geral na VK Driller Indústria de Motores Elétricos Ltda.

E já percebi que logo de início que os profissionais da área tinham e ainda tem muita dificuldade de ver seus respectivos consultórios como uma empresa, onde o lucro é o objetivo. Com o passar dos anos e outras experiências na área e hoje responsável pelo curso de administração de consultório no CETAO venho debatendo a necessidade dos profissionais da área se posicionar, assunto amplamente discutido no CETAO NEWS, e com isso exercerem um poder sobre as indústrias que em via de regra “tiram” o melhor proveito desta falta de visão empresarial.

Igualmente, agora também sentimos a necessidade de “combater” o avanço das empresas de convênio, que além de tirarem a lucratividade dos consultórios acabam por nivelarem a um único patamar todos profissionais. É necessário modificarmos tanto a postura quanto a visão da odontologia ainda nesta década, pois com a crescente entrada de novos profissionais e a voracidade das empresas de prestação de saúde que se voltou para este setor irá cada vez mais impossibilitar a sustentabilidade do setor, fazendo com que a odontologia passe a fazer parte de um conjunto de especialidades perdendo assim a relação de confiança entre paciente e profissional, como ocorre na área médica.

Caso você tenha dúvida quanto ao futuro, veja quais os planos da Sulamérica a serem alcançados até 2010.

Aproveitando o nicho e a crescente demanda por seguros odontológicos, a SulAmérica Seguros e Previdência deve ampliar sua carteira de clientes em 350 mil vidas até 2010.

"Em breve, estaremos oferecendo o produto também para pequenas e médias empresas (com 4 a 49 funcionários), também com ampla cobertura, diferenciais e preços competitivos. O ticket médio é de R$ 10,00", informou o diretor de Saúde da companhia, Roberto Galfi.
Segundo o executivo, trata-se do terceiro benefício mais procurado pelos RHs das empresas e pelos funcionários além de ser um segmento em expansão.
"Nos últimos anos, o mercado de assistência odontológica cresceu em média 20,4% com avanço também em receita. Passou de R$ 345 milhões, em 2001, para R$ 1 bilhão, em 2007. A assistência odontológica atende a um universo de aproximadamente 9,5 milhões de usuários", disse Galfi, comparando que é um número ainda baixo quando frente aos mais de 39 milhões de pessoas usuárias do seguro saúde, segundo dados da Agência Nacional de Saúde, ANS.

Contemplando três faixas - básico, especial e executivo -, o seguro odontológico da SulAmérica também oferece reembolso de até 100% (no planos especial e executivo), caso o usuário opte pelo profissional de sua preferência. Além das coberturas exigidas por lei, como consultas, emergências, tratamento de canal e remoção de tártaro, o seguro odontológico da SulAmérica disponibiliza, já na cobertura mínima, mais de 50 procedimentos adicionais, que incluem radiografia panorâmica, placa para bruxismo, coroa provisória imediata e enxerto gengival livre.

Para quem optar por uma cobertura mais ampla, a SulAmérica disponibiliza opções adicionais de ortodontia com os aparelhos, documentação ortodôntica e a manutenção mensal cobertos pela seguradora; Prótese - com cobertura também para implantes de perda unitária; e Implantes.
Os clientes contam com uma rede referenciada nacional com mais de quatro mil profissionais qualificados e com título de especialização, que oferecem um atendimento diferenciado para qualquer paciente, incluindo dentistas especialistas em pacientes portadores de necessidades especiais, dor e disfunção de ATM (Articulação Temporomandibular) e Estomatologia (lesões da boca, como aftas e câncer).

Todas as modalidades possuem Assistência 24 horas com abrangência no Brasil e no Exterior e incluem desde remoção e acompanhamento, no caso de hospitalização, até adiantamento de despesas médicas e hospitalares no Exterior.

"Uma das estratégias da SulAmérica para atingir as metas é explorar o cross selling (venda cruzada) da empresa. Hoje, a companhia tem uma marca forte e já consolidada em seguro saúde, carro-chefe da seguradora e que representa 53,2% do total de prêmios. Deste percentual, cerca de 76% são de planos corporativos, que será o foco de atuação no mercado odontológico", comentou o executivo.

Além disso, argumentou Galfi, a SulAmérica pode atingir clientes de outros produtos como por exemplo seus clientes de seguro automóvel. A SulAmérica Seguros e Previdência tem 112 anos de história, atuando nos segmentos de seguros, previdência e investimentos.

Sua forte presença em todo território nacional vem sendo consolidada pelo crescimento da companhia, que registrou o maior lucro líquido de sua história: R$ 321 milhões nos 12 meses de 2007.

Com mais de seis milhões de clientes, a SulAmérica está dividida em cinco unidades de negócios: Saúde, Automóvel e Massificados, Riscos Industriais e Comerciais, Pessoas (Vida e Acidentes Pessoais) Previdência Privada e Gestão de Ativos.

2 comentários:

rubens disse...

Fala, Prof.
parabéns pelo blog.
Quanto ao nosso poder de reverter o poder das indústrias, não seria possível criar um grupo de compras para criar volume (seria uma cooperativa?) ou então uma associação para fazer um leilão reverso? Como poderíamos fazer isso? Dentistas são desconfiados um do outro, mas se as compras forem transparentes, pelo menos de materiais onde marcas não sejam importantes (commodities)como luvas, materiais de limpeza, soro, campos, deacartáveis (vc já viu quanto se gasta com descartáveis?). Deixo então minha sugetsão lançada. Boa sorte e pode deixar que vou postar mais, pois dúvidas não me faltam, hehehe. Abs
Rubens

Fernando Schiavetto disse...

Prezado Dr. Rubens

Agradeço sua visita e espero muitas contribuições suas. A postagem foi realmente provocativa, pois sabemos que as indústrias na área de saúde de modo geral se utilizam de um público-alvo específico, os profissionais.

Isso porque nós clientes/pacientes não podemos determinar quais os produtos de nosso desejo, e desta forma a indústria gravita sobre uma massa dispersa de profissionais que não conseguem mensurar sua força e se utilizam dos produtos de forma isolada. A questão vai muito mais além da simples formação de um clube de compras, idéia lançada pelos pequenos supermercadistas para fazer frente aos grandes grupos.

Na minha visão o que ocorre hoje com a odontologia é a criação de uma política expansionista como segundo plano, onde em um futuro próximo não será nenhum absurdo clinicas de estética e beleza oferecerem serviços odontológicos agregados. Criar este grupo e melhorar a performance administrativa financeira dos empreendimentos é um passo, mas é preciso mais, como, por exemplo:

- Atrelar a formação de novos profissionais com uma política de saúde bucal preventiva e de massa;
- Fiscalizar e limitar o número de cursos de formação e especialização que em via de regra tira o cliente/paciente do consultório;
- Se faz necessária a revisão das políticas que regulamentam os anúncios e propagandas;
- É preciso estabelecer uma negociação direta com os convênios e reformular as propostas hoje em prática, iniciando, principalmente, pela criação de um convênio odontológico específico e não com a política do contrate um e leve dois por apenas R$ 1,00 a mais por dia.

Quando se levanta este tipo de questão estamos falando das estratégias futuras de uma área que será suprimida por uma avalanche de "bons" empreendedores. É preciso acima de tudo repensar na odontologia e no nosso papel de hoje em diante, e saber qual a minha parte na contribuição da criação deste futuro maior.

Penso que com isso respondi do por que os profissionais desconfiam uns dos outros, mas não desconfiam de tudo, mas sem dúvida uma criação de uma instituição sem fins lucrativos que garantisse aos seus filiados vantagens em compras, cursos e que criassem políticas de barreiras de entrada, seria mais que providencial, eu diria até divino, e porque não?