sábado, 5 de outubro de 2013

Gestão Estratégia Ambiental e a Teoria da Contingência

Iniciamos nosso artigo com uma pergunta simples, mas, no entanto, para muitos de difícil resposta: Por que as empresas dominantes são vulneráveis? Escolhi esta pergunta retirada do MIT Sloan Management Review, objetivando a criação de um ambiente propício para as discussões que pretendo levantar a partir de agora. Em termos de estratégia destaco apenas dois modelos de empresas as que se utilizam da Visão Baseada em Recursos (VBR), ou as que se baseiam pelo ambiente externo, conhecidas como OPM, voltadas para o mercado. Logicamente as que se utilizam do método VBR, são as detentoras dos recursos e ditam as regras de mercado. E como identificamos se uma empresa é VBR, aplicando o processo VRIO, na qual se analisa se a empresa possui os requisitos básicos de Valor, Raridade, Imitabilidade e Organização capazes de explorar e potencializar todas as oportunidades existentes no mercado. Já as empresas OPM, as quais não são detentoras de recursos valiosos, raros e inimitáveis, necessitam da criação de um ambiente organizacional dinâmico e ágil, com foco no resultado, e para tal, deveriam se encaixar na chamada escola estratégica ambiental, que provém da teoria da contingência, a qual é descrita pelas relações entre determinadas dimensões do ambiente e atributos específicos da organização. Com base ao exposto, fica quase evidente que as empresas dominantes são surpreendidas na medida em que se descuidam das análises e dos sinais advindos no ambiente externo, por serem altamente determinadas na formalização de seu ambiente interno, mas para isso é imprescindível uma estabilidade no mercado em que atuam. Foi o que ocorreu com a KODAK, que sofre a mais de uma década um encolhimento que acumulam milhões de dólares, os obrigando a não só abrir mão de várias patentes, como também de boa parte de sua área produtiva, para transformá-la em condomínios residenciais, para fazer caixa e continuar respirando em um ambiente altamente competitivo, culminando com uma perda de 97% de seu valor de mercado em dez anos. Mas, onde os executivos da Kodak erraram? Justamente em não perceberem o movimento e os sinais do ambiente externo, que claramente apontava para o desinteresse pelas máquinas fotográficas analógicas e pela invasão de máquinas digitais, que ironicamente fora criada por ela mesma em 1975. Ao que parece a certeza da liderança absoluta de mais de um século acabou criando uma cultura de acomodação em um dos principais ícones do capitalismo norte americano, o que vai literalmente de encontro às aplicações da gestão estratégica ambiental. A empresa não se preparou para aplicação de um plano de contingência capaz de mantê-la no topo do mercado, não acreditando na velocidade da inovação, assim como, na velocidade de mudança do seu ambiente de atuação, restringindo suas opções estratégicas. Certamente os manuais de negócios e gestão, estarão em um futuro próximo recheados de histórias como da Kodak e outros ícones dominantes do mercado. E a sua empresa? Já discutiu a teoria de contingência em alguma reunião estratégica? Vale a pena iniciar o quanto antes esta discussão. Fernando Schiavetto Sócio Diretor da Megaas Assessoria Empresarial Ltda. Gerente de Projetos – Exection – Executivos em Ação. Professor de Controladoria e Administração da Universidade Nove de Julho - UNINOVE

Nenhum comentário: