Mais uma fomos pego de surpresa, bem ao menos os mais desavisados, estas duas reportagens postadas hoje (retiradas da Revista Exame – próxima edição), nos dá uma noção de como se portará o mercado de planos de saúde no Brasil.
E não se espantem se acordarem com a notícia que a Rede Carrefour foi adquiria pela Wal-Mart.
Se nos Estados Unidos o movimento é de Universalização, por aqui a coisa parece seguir um movimento diferente, o posicionamento estratégico se desenha de forma clara e precisa.
Como podemos ver a primeira reportagem trata apenas da transação, ou seja, do prêmio pago por ação ordinária (que dá o direito de participação nas decisões da empresa) e da oferta pública que será encaminhada para recompra das ações ainda em mãos de minoritários.
Também trata de maneira superficial da necessidade de aprovação por parte das entidades reguladoras o que não será problema, vejamos o caso da compra da Chocolates Garoto pela Nestlé, não foi autorizada e o processo ainda corre na justiça, seja como for não haverá impedimento nesta transação.
O fato é simples, a Medial passou por uma ação de expansão se posicionando para a baixa renda, patrocinou um dos clubes de futebol mais populares do país e sacrificou suas operações e margens para vender planos ao seu público-alvo, na segunda reportagem fica claro isso, e a situação se desenhava da seguinte forma, ou arruma ou quebra, mais veio à segunda opção vende e com sobra.
Bem, todas as análises foram feitas pelo foco da gestão econômica, onde a valorização e o ganho de musculatura por parte da Amil passa a ser considerável, mas o que nos chama a atenção é que na segunda reportagem diz que haverá necessidade de melhorar a precificação, traduzindo reajustar preços, o que significa possíveis exclusões, ou no mínimo “desnatamento” (como dizem os profissionais de marketing) que aponta a uma segmentação por público-alvo.
E isso é extremamente preocupante, pois o que já não estava bom poderá passar a ser ruim, vejamos as causas: Como foi publicado houve um pagamento de um prêmio não esperado pelo mercado, resultando no aumento das cotações por ações (valorização), deixando mais caras as futuras aquisições, o outro ponto é a diferença de rentabilidade de operações das empresas, outro fato relevante é que ambas ainda passam por um processo de fusão pelo lado a Amil, Amico e a Blue Life e pela Medial Amesp.
Todo este processo pode e deve afetar o setor prestador de serviços, particularmente a parte da odontologia, que é vista como complementar do pacote de venda do plano, sendo que a todos caberá uma significativa contribuição, falando em termos estratégicos na planificação financeira, corte de custos com redução de repasse e aumento na fiscalização e análise de procedimentos ampliando as glosas.
É preciso lançar um olhar, mais criterioso sob o aspecto estratégico nesta e nas demais movimentações dos setores de saúde, Bradesco e Odontoprev e agora Amil e Medial, estamos passando por um movimento de criação de conglomerados gigantescos que passam a direcionar os destinos de um segmento inteiro. Chamo a atenção para estes movimentos, todos nós sentimos quando os bancos se unem, mas não prestamos atenção quando as empresas de saúde resolvem juntar forças e canalizar o acesso a saúde. Pensemos nisso.
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